Desde 2020, o Senado Federal acumula 99 pedidos de impeachment contra ministros da Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os magistrados, Alexandre de Moraes concentra o maior número de representações — 56 solicitações já foram registradas contra ele. 
Os demais ministros da Corte também têm sido alvo de pedidos, ainda que em menor número. O quadro de acusações reflete a crescente tensão entre o Poder Legislativo e o Judiciário, intensificada especialmente desde a pandemia de Covid-19 e durante processos de investigação sobre fake news. 
A situação ganhou novo contorno com a decisão do ministro Gilmar Mendes, que concedeu liminar suspendendo trechos da lei de impeachment relativos ao afastamento de ministros do STF — restringindo a prerrogativa de pedir impeachment à apenas à Procuradoria-Geral da República (PGR). A medida provocou reação imediata no Congresso e aumentou a pressão sobre a Corte. 
Apesar do volume expressivo de pedidos, nenhum processo de impeachment contra ministros do STF foi aceito ou resultou em afastamento até o momento. A decisão de dar continuidade às representações cabe ao presidente do Senado, que decide se arquiva ou aprova cada requerimento. 
O cenário revela um ambiente de forte instabilidade institucional, com o Legislativo usando o impeachment como instrumento de pressão sobre o Judiciário — especialmente sobre ministros centrais para investigações de crimes graves, como o inquérito das fake news e atos relacionados ao processo eleitoral. 
